Como elaborar atividades de escrita pelo aluno na alfabetização
Desde as primeiras aulas, escrever leva a turma a refletir a respeito do sistema alfabético, além de formular, testar e avançar nas próprias hipóteses
Luiza Andrade (novaescola@atleitor.com.br)
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Assim, contempla-se o preceito colocado pela psicolinguista argentina Emilia Ferreiro de que qualquer escrita é um conjunto de marcas gráficas intencionais, mas são as práticas culturais de interpretação que as transformam em objetos simbólicos e linguísticos.
01-Alfabetização em Processo
136 páginas
Lançado há 25 anos, o título é de autoria da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro - a estudiosa que maior influência exerceu sobre os educadores brasileiros nas últimas três décadas. São cinco artigos. Os quatro primeiros tratam do caminho percorrido pelas crianças no processo de aquisição da representação escrita da linguagem. O último, por sua vez, investiga a aquisição da representação por escrito de quantidades e operações. A inclusão desse tema, segundo Emilia, deve-se ao fato de a alfabetização supor a construção simultânea desse conhecimento, ao lado da leitura e da escrita, e por fazer parte da proposta de superação do fracasso escolar.
A cada capítulo, a autora presenteia seus leitores com a explicitação do que antes não era observável - ou seja, oferece uma lente que permite acompanhar a busca inteligente da criança por respostas para a apropriação de um objeto social. Nota-se claramente a base teórica piagetiana em todos os textos. E cada um aborda de maneira diferente a pergunta fundamental que guia as investigações epistemológicas e psicológicas: como se passa de um estado de menor a outro de maior conhecimento?
Mais um aspecto relevante desta obra é o entendimento da escrita como um sistema de representação, e não como código de transcrição. Esse conceito faz muita diferença, pois altera a concepção do que pode ser considerado processo envolvido na alfabetização. Por essa ótica, desloca-se o foco das questões ligadas à discriminação visual e auditiva e às coordenações sensoriais ou motoras para os problemas cognitivos enfrentados pelo sujeito (como a relação entre o todo e as partes que constituem um escrito, a coordenação dos aspectos quantitativos e qualitativos da escrita e a distinção entre o que está escrito e o que se pode ler). Tudo isso faz de Alfabetização em Processo uma leitura imprescindível.
Sandra Medrano, autora desta resenha, é pedagoga, mestre em Educação e coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo.
Alfabetização em Processo, Emilia Ferreiro, 136 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3873-7111.
Trecho do livro
"Progredir alfabetização adentro não é uma jornada tranquila.
Encontram-se muitos altos e baixos nesse caminho, cujos significados
precisam ser compreendidos. Como qualquer outro conhecimento no domínio
cognitivo, é uma aventura excitante, repleta de incertezas, com muitos
momentos críticos, nos quais é difícil manter a ansiedade sob controle."03-
Alfabetização e Letramento - Pontos e Contrapontos
Editora: Summus
Categoria: Formação
Formato 14 x 21 cm, 226 páginas
Destaque: A terceira parte, na qual os dois autores debatem o tema.
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