quarta-feira, 4 de julho de 2012

LITERATURAS SOBRE ALFABETIZAÇÃO

Como elaborar atividades de escrita pelo aluno na alfabetização

Desde as primeiras aulas, escrever leva a turma a refletir a respeito do sistema alfabético, além de formular, testar e avançar nas próprias hipóteses

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alfabeitzação
01-No dia a dia da sala de aula, a escrita aparece em listas de presença, calendários, livros, revistas, cartazes... Fora da escola, não é diferente: está em cada carta, e-mail, placa, receita e bilhete. Nessas entrelinhas, o alfabetizador tem um aliado: a escrita pelo aluno - uma das quatro situações didáticas básicas da alfabetização, segundo pesquisas na área - como um instrumento com razão de existir, e não apenas como sílabas, palavras e frases soltas, que não fazem sentido para as crianças. No livro Aprender a Ler e a Escrever, Ana Teberosky e Teresa Colomer falam sobre a importância com esse cuidado: "Apesar de a criança aprender graças à interação com diferentes materiais gráficos, para apropriar-se da linguagem escrita" é necessário que ela participe de situações em que a escrita adquira significação."
Assim, contempla-se o preceito colocado pela psicolinguista argentina Emilia Ferreiro de que qualquer escrita é um conjunto de marcas gráficas intencionais, mas são as práticas culturais de interpretação que as transformam em objetos simbólicos e linguísticos.



01-Alfabetização em Processo

Autor(a): Emilia Ferreiro
Editora: Cortez
Categoria: Formação
Biblioteca vitual
Alfabetização em Processo. Divulgação
136 páginas
Oescritor e jornalista Ítalo Calvino, um dos autores italianos mais importantes do século 20, costumava dizer que clássico é um livro que nunca se esgota. Não por acaso, essa definição se aplica integralmente a Alfabetização em Processo, uma obra que permite aprofundamentos, leituras, releituras e aprendizagens aparentemente intermináveis.

Lançado há 25 anos, o título é de autoria da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro - a estudiosa que maior influência exerceu sobre os educadores brasileiros nas últimas três décadas. São cinco artigos. Os quatro primeiros tratam do caminho percorrido pelas crianças no processo de aquisição da representação escrita da linguagem. O último, por sua vez, investiga a aquisição da representação por escrito de quantidades e operações. A inclusão desse tema, segundo Emilia, deve-se ao fato de a alfabetização supor a construção simultânea desse conhecimento, ao lado da leitura e da escrita, e por fazer parte da proposta de superação do fracasso escolar.

A cada capítulo, a autora presenteia seus leitores com a explicitação do que antes não era observável - ou seja, oferece uma lente que permite acompanhar a busca inteligente da criança por respostas para a apropriação de um objeto social. Nota-se claramente a base teórica piagetiana em todos os textos. E cada um aborda de maneira diferente a pergunta fundamental que guia as investigações epistemológicas e psicológicas: como se passa de um estado de menor a outro de maior conhecimento?

Mais um aspecto relevante desta obra é o entendimento da escrita como um sistema de representação, e não como código de transcrição. Esse conceito faz muita diferença, pois altera a concepção do que pode ser considerado processo envolvido na alfabetização. Por essa ótica, desloca-se o foco das questões ligadas à discriminação visual e auditiva e às coordenações sensoriais ou motoras para os problemas cognitivos enfrentados pelo sujeito (como a relação entre o todo e as partes que constituem um escrito, a coordenação dos aspectos quantitativos e qualitativos da escrita e a distinção entre o que está escrito e o que se pode ler). Tudo isso faz de Alfabetização em Processo uma leitura imprescindível.

Sandra Medrano, autora desta resenha, é pedagoga, mestre em Educação e coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo.

Alfabetização em Processo, Emilia Ferreiro, 136 págs., Ed. Cortez,  tel. (11) 3873-7111.
Trecho do livro
"Progredir alfabetização adentro não é uma jornada tranquila. Encontram-se muitos altos e baixos nesse caminho, cujos significados precisam ser compreendidos. Como qualquer outro conhecimento no domínio cognitivo, é uma aventura excitante, repleta de incertezas, com muitos momentos críticos, nos quais é difícil manter a ansiedade sob controle."


03-

Alfabetização e Letramento - Pontos e Contrapontos

Alfabetização e Letramento - Pontos e Contrapontos
Formato 14 x 21 cm, 226 páginas
Dois educadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP) refletem sobre conceitos e práticas pedagógicos referentes ao ensino da língua escrita. O papel da afetividade na alfabetização, a revisão de certos paradigmas da área e a sistematização do trabalho em sala de aula são algumas das questões norteadoras da obra.
Destaque: A terceira parte, na qual os dois autores debatem o tema.

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